O que verdadeiramente caracteriza
o vício em sexo?
Sabemos que tudo nessa vida pode
se tornar um vício, como comida, bebida, cigarro, colecionar objetos, fazer
compras, tudo pode se tornar uma fuga para um problema pessoal, algum tipo de sofrimento
que nos leva a buscar conforto em alguma outra atividade que nos proporcione um
esquecimento daquela dor, daquele sentimento de sofrimento. Basicamente é isso que gera qualquer tipo de
vício, algo que complete um certo vazio na alma, uma carência de Amor
basicamente.
Mas e o sexo? De que forma ele pode ser considerado de fato
um vício, uma fuga da realidade?
Hoje vemos muitos ex-atores
pornográficos dando depoimentos de vida, dizendo que o cristianismo os salvou
do vício, e muitos também empreendem verdadeiros embates contra essa indústria,
sempre com o intuito de estarem "Salvando almas perdidas na luxúria"
Mas será que Deus realmente
desaprova sexo pelo puro prazer de se relacionar sexualmente? Será que é de fato uma questão de estarem se relacionando
sexualmente, ou será que se trata muito mais dos abusos do mundo corporativo
que trata o sexo como mercadoria, como moeda de troca, sem no entanto
considerar a humanidade dos atores envolvidos?
Será que ter gosto por se relacionar sexualmente constitui de fato um
vício? Ou será que é o sexo feito sem
Amor que é o grande problema?
Por outro lado, vemos uma
sociedade que se presta a oferecer Amor, mas ainda não consegue compreender a
Verdade desse Amor, e vivem julgando e criticando todos os seus semelhantes
achando que dessa forma, através da condenação constante e sempre impondo
condições para que as pessoas possam se tornar "Seres Amáveis", estão
salvando vidas, quando que na verdade estão impondo regras e exigindo que cada
Ser abra mão de sua essência para que possam ser amados.
Onde verdadeiramente termina a
essência de uma pessoa que ama livremente e gosta de expressar esse Amor Incondicional
de forma sexual e começa o vício pelo sexo?
O que verdadeiramente delineia esse vício? Será que constitui de fato respeito a
natureza humana querer impor a alguém que se restrinja a se relacionar
sexualmente apenas com uma pessoa? E se
essa pessoa não tiver uma libido tão ativa quanto a pessoa com quem se consorcia? Será que constitui de fato desrespeito do
cônjuge se masturbar para poder dar vazão a seus anseios, uma vez que o
parceiro não se encontra com vontade de fazer naquele momento?
Vamos considerar que de fato você
teve a felicidade de encontrar alguém que gosta de se relacionar sexualmente de
forma constante e freqüente, coisa que é rara de acontecer. Em que ponto, exatamente, isso pode ser
considerado um vício? Em que ponto isso
deve ser considerado anormal? O que pode
ser "Normal", no final das contas?
Cada Ser Humano é único em si, e
essas diferenças devem ser respeitadas.
Se um vive bem sem ter sexo em sua vida, não significa que todos possam
viver da mesma forma. E a liberdade de
escolha de cada um deve ser respeitada como algo soberano e absoluto, o que
significa que se um Ser Humano escolhe viver sua vida se relacionando
sexualmente, seja com um parceiro fixo ou com um conjunto de parceiros, sem com
isso procriar, criar filhos, essa escolha dele deve ser respeitada e
honrada. Ninguém deve ser obrigado a
constituir uma família com filhos, todos devem ter absoluta liberdade de
escolher a vida que quiser levar.
E ter uma energia sexual ativa
não significa dizer que a pessoa seja viciada em sexo. A ausência de Amor, de afeto é o que pode
configurar um vício em sexo. Se um grupo
de 3 ou 4 pessoas resolvem manter uma relação sexual entre si, para com isso
poder atender os anseios sexuais desse grupo, naquilo que se convencionou
chamar de uma relação de "Poliamor", isso não configura vício em
sexo, uma vez que existe uma relação de afeto entre todos os envolvidos.
Por outro lado, se uma pessoa
simplesmente busca parceiros sexuais em lugares duvidosos, sem nem sequer saber
o nome desses parceiros, pura e simplesmente para atender seus anseios sexuais,
e em seguida descartar esses parceiros, aí sim pode-se considerar aquela pessoa
uma viciada em sexo, pois lhe falta de fato afeto, energia amorosa. Mas na verdade há de se considerar que esse
afeto deveria partir principalmente de si mesma para consigo, de saber que
dessa forma ela está prejudicando a si mesma com toda essa troca energética sem
controle, pura e simplesmente pelo sabor da aventura sem compromisso.
Que fique bem claro que o intuito
aqui não é promover a promiscuidade, mas suscitar um questionamento sobre os
limites do que pode ser considerado vício, e o que pode ser considerado uma
pessoa que tenha uma sexualidade muito bem resolvida e precise se expressar
sexualmente com pessoas a quem ama.
E claro, sempre é importante
frisar que em um relacionamento a dois, sempre é importante manter-se o
respeito por cada um dos parceiros envolvidos, e uma relação saudável entre
esses parceiros requer que cada um saiba respeitar o tempo de cada um, e que
sua sexualidade deve fluir respeitando a vontade de cada um de se relacionar
naquele momento, ou não. Enquanto Seres
Humanos, nem sempre estaremos prontos para o sexo por motivos de preocupações
diversas, ou outros fatores emocionais que possam estar nos impedindo de sentir
tesão. Neste caso, o outro parceiro deve
procurar se satisfazer por conta própria, respeitando o estado emocional do seu
parceiro.
A Energia Sexual pode ser algo
viciante, mas isso nem sempre significa um desequilíbrio. Quando consideramos o sexo como uma expressão
de Amor Incondicional, e quando passamos a nos entregar a um relacionamento
amoroso com um, ou mesmo mais de um parceiro com quem possamos dividir
verdadeiro afeto e intimidade de ordem espiritual, isso se torna pura e
simplesmente uma troca energética amorosa muito prazerosa, uma troca de
carícias, de abraços, de beijos, de orgasmos, de lambidas, de massagens, que
quando feitas com absoluto Amor e respeito, se torna algo transcendental e
extasiante, e essa energia do êxtase dessas trocas torna-se algo viciante de
fato, mas muito saudável!