Vítimas da sociedade. Muita gente certamente já escutou muito esse
termo, no geral usado para "defender" criminosos menores de idade,
que na verdade não têm nada de vítimas.
São como são por escolha própria, mas como vivemos em uma sociedade que
os define dessa forma, se aproveitam disso para se manterem livres e cometendo
sempre os mesmos crimes.
Análises criminalistas à parte,
eu gostaria de falar das "Verdadeiras" vítimas da sociedade, daqueles
que seguem as regras ditadas pela sociedade e ainda assim sofrem as conseqüências
de estarem fazendo "As Escolhas Certas". Será que estão?
Quando se fala na solidão causada
por um casamento, isso pode soar um tanto quanto contraditório, talvez até um
pouco improvável, mas isso é muito mais comum do que se pode imaginar. E acreditem, certamente não é algo que
ninguém escolha sofrer! Mas
acontece. E tudo por não seguirmos
nossas próprias escolhas, mas sim as imposições da sociedade.
Vamos a algumas observações comumente
encontradas na nossa sociedade:
"Nossa, já está uma
mocinha! Já pode casar!"
"Já virou um homem, pode se
casar."
"E quando vou conhecer sua
namorada?", ou então "Quando vou conhecer seu namorado?"
Vamos então considerar um casal
que já tenha se casado. Nesse ponto,
temos os seguintes comentários:
"Quando vão ter
filhos?"
"Quero conhecer meus netos
enquanto estiver viva!"
Quem já não "sofreu"
esses comentários? Estamos tratando aqui
das "leis" da sociedade comum, e muitos crescem acreditando que esse
é o caminho da felicidade: Primeiro encontra um namorado ou namorada
"adequados", depois marcam a data do casamento, ficam noivos e já
começam as exigências da cerimônia e festa de casamento! Então se casam e viajam para a noite de mel. No geral a sociedade já cobra que nessas
noites de "Lua de Mel" já aconteça a concepção do filho/filha. Senão, essa passa ser a nova cobrança da
sociedade, a nova "Lei" a ser cumprida!
Para a grande maioria da
sociedade, viver se resume a estudar, se formar, começar a trabalhar, namorar,
se casar, ter filhos, criar os filhos, vê-los partir, envelhecer e morrer. Só isso!
Sonhos? Esqueça! Já os cumpriu. Casou, teve os filhos... Agora é só esperar
pelos netos e curti-los!
Mas onde entra a solidão do
casamento? Ao longo de toda a sua vida
de casado! E estamos falando de muitos
anos...
A sociedade convencionou de
acreditar que "Solidão" é algo ruim, e que para ser verdadeiramente
feliz, a pessoa tem que se casar, ter filhos, etc.
E a solidão de um casamento
acontece na medida em que cada parte desse relacionamento, depois que se casam,
passam a cumprir "funções específicas". Um será o provedor financeiro, e o outro
cuidará da casa, das crianças. Existe um
certo "casamento dentro do casamento", onde o pai ou a mãe (Na vida
moderna existe a "flexibilidade" desses papéis. Se antigamente apenas a mãe ficava em casa
cuidando da casa e dos filhos, hoje existe a possibilidade disso ser cumprido
pelo pai. Mas a história não muda muito
por conta disso!) se "casam" com os filhos depois que esses
nascem.
Mas e o casamento original? Vai se distanciando cada vez mais, uma vez
que o papel daquele que mantém a saúde financeira da família é se dedicar ao
máximo para conseguir cada vez mais conforto e luxo para a família. Logo, esse "mantenedor" tem cada
vez menos tempo para a família. Portanto,
quem fica em casa só pode contar com a companhia dos filhos!
E quando eles começam a
estudar? Aí a solidão de torna mais
presente!
Entendem onde está o
problema? Ninguém nunca nos ensina que a
solidão será algo que fará parte das nossas vidas de uma forma ou de
outra. E todos só nos ensinam que isso é
ruim!
Será que é? Senão, vejamos: uma pessoa que não se casa,
pode morar sozinha em uma casa ou apartamento, ter seus próprios hábitos, fazer
seus próprios horários, tem tempo de sobra para si mesmo, pode ver muitos
filmes, pode andar nu pela casa, pode até dormir nu se quiser! Pode sair de casa para ir aonde quiser, pode também
ficar em casa se essa for a vontade dele/dela.
Pode meditar, pode estudar o que tiver vontade de estudar, considerando
que já tenha sua vida profissional formada e em exercício, pode ouvir a música
que tiver vontade de ouvir, em alto volume...
Claro, desde que não incomode os vizinhos! Mas se for uma festinha com os amigos... Me
perdoe o vizinho!
Ruim isso? Eu interpreto como
"Liberdade"! Lembram
disso? Já tenho falado sobre esse
conceito inédito...
Solidão só é ruim para quem nunca
soube o que fazer com ela, porque ela pode ser sinônimo de liberdade!
E a solidão de quem é
casado? Pode se dar ao luxo de sair de
casa a hora que quiser? Ih, não! Tem que cuidar de passar as roupas das
crianças e do marido ou esposa. Também
tem que ir ao mercado para fazer compras, tem que levar e trazer as crianças da
escola, tem que lavar a louça, fazer a comida, arrumar a casa...
E o maridão/esposa, depois que
chegar em casa? Aí vai ser legal,
poderemos nos divertir!
Mas depois que ele/ela chega,
estão tão exaustos de um dia de trabalho estressantes, em que tiveram milhões
de tarefas para cumprir, que não vão ter disposição para "Se
divertir" com quem ficou em casa, que também certamente se encontra
exausto!
Será que todas essas tarefas
preenchem a vida de alguém? Não parece
mais uma escravidão?
Mas a sociedade sempre disse que
só podemos ser verdadeiramente felizes se nos casarmos!
Será que a "Sociedade"
tem mesmo razão nisso? Não é melhor
repensar esses valores?
Entendem agora a questão dessa
Solidão? Quem se casa nunca tem tempo
para si mesmo. A menos que algumas
regras impostas pela sociedade sejam quebradas, como por exemplo escolher não
ter filhos!
É, isso já ajuda. Mas existe um "Porém" que vou
deixar para discutir em outro texto.