Este é um assunto no mínimo
intrigante: o que é ter intimidade?
Muitos podem achar a pergunta
irrelevante ou no mínimo infantil, mas quantos podem afirmar com total certeza
de que sabem o que é ser íntimo?
Muitos podem considerar que
"ser íntimo" de alguém é saber detalhes da vida dessa pessoa que são
únicos dela e ninguém mais tem conhecimento disso. Mas a questão é que não estou falando de ser
íntimo de alguma outra pessoa, mas sim de ter intimidade consigo mesmo.
"Claro que sou íntimo de mim
mesmo! Sei muito bem quem eu sou!"
Será que sabe? Mas eu quero ir mais longe aqui nessa
discussão.
Claro que auto-conhecimento é a
mais nova palavra de ordem da Nova Era, e em grande parte isso se trata de ter
intimidade a nível de espírito, de saber exatamente quem se É, espiritualmente
falando.
Mas fora se conhecer
espiritualmente, eu quero primordialmente abordar a questão da intimidade
sexual, e nessa questão eu pergunto: o quanto você conhece intimamente seu
corpo?
"Claro que conheço meu corpo,
me vejo nu todo dia durante o banho!"
Só durante o banho? Quanto tempo da sua vida você passa sem
roupas? Quantas horas, ou mesmo minutos
por dia você passa sem roupas? Quantas
vezes você parou para observar seu corpo, os detalhes anatômicos dele? Quantas vezes já observou seu genital?
"Ih, isso eu não faço! É coisa de homossexual!"
Ou então, no caso das mulheres:
"Não gosto do meu corpo, sou gorda!", "Tenho celulite!",
"Sou cheia de varizes!", "Tenho muitas dobras!", "Meu
corpo é cheio de estrias!"
O que não falta é desculpa para
deixar de encarar o corpo nu!
A sociedade sempre se empenhou em
nos programar a ter verdadeiro repúdio pelo corpo nu, o quanto as pessoas têm
uma enorme dificuldade de encarar sua nudez, o quanto ao longo de todos esses
últimos anos a sociedade cuidou de programar em nossas mentes, desde a mais
tenra idade, um sentimento de inconveniência e de constrangimento com relação a
nossa nudez.
Vejam por exemplo as crianças...
As crianças adoram ficar sem
roupas! Isso lhes dá um sentimento de
liberdade, de viver sem as máscaras que constituem as roupas. Além disso, elas gostam de aproveitar a
ausência das roupas para observar e explorar o próprio corpo, cada detalhe
dele. Em particular, obviamente, os
genitais! Afinal de contas, elas têm a
curiosidade de saber o que é um "Lulu" e o que é uma "Xereca". Isso só para citar um da infinidade de nomes
que o genital feminino possui!
Isso é ter intimidade com o
próprio corpo. E quando a coisa começa a
ficar sexual, isso ganha contornos ainda mais interessantes! Mas a sociedade cuida de transformar tudo em
algo "sujo", "errado", entre outros adjetivos ainda mais
baixos.
Quantos já pararam para tocar seu
próprio corpo? Quais os pontos mais
sensíveis do seu genital? Quais os pontos
mais sensíveis do seu corpo, dos seus braços, das suas pernas? Quanta sensibilidade você possui no seu ânus,
ou mesmo nas suas nádegas? O quanto
gosta de ser tocado nos mamilos, ou ao redor do seu peito? Já tocou suas costas, ou mesmo as laterais
dos seus quadris?
O quanto você tem verdadeira
intimidade com seu corpo?
Para essa Nova Era, considerando
os novos aspectos da sexualidade, faz-se imprescindível resgatar a inocência da
nossa curiosidade infantil com relação a nossos corpos, ignorarmos os possíveis
"defeitos", e nos amarmos plenamente do jeito que somos, em todos os
nossos pormenores.
Isso vai bem além da simples
masturbação. Afinal de contas,
masturbação é algo que acontece rápido demais, e no geral não estamos
concentrados em nosso corpo, mas em algum estímulo erótico externo. Esqueçam esses estímulos! Busquem estimular-se, e prestem atenção a
cada reação do seu corpo, cada sensação.
Isso certamente vai além da
inocência de criança, já que sexualmente falando, sabemos exatamente o que deve
ser explorado. Mas não tenham pressa de
atingir o orgasmo. Não tenha pressa de
acabar com essa brincadeira, prolongue-a o máximo que conseguir.
Só assim estaremos tendo
verdadeira Intimidade com nosso corpo!
E curta bem sua nudez. Só assim será possível ter uma sexualidade
plena!