Vivemos em uma sociedade em que a
idéia de auto-conhecimento não só não é encorajada, como também é totalmente
ignorada. A sociedade se acostumou a
estabelecer um padrão de comportamento, e sempre é esperado que todos "se encaixem"
a esse padrão.
Mas a verdade é que existem
diferenças profundas de comportamento, algo que foi perfeitamente observado
pelo famoso pai da psicanálise, o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav
Jung. Ele observou que existem pessoas
que necessitam profundamente de interação social constante, que tem extrema
dificuldade de se verem sozinhas, e outras que buscam isolamento e vivem
extremamente satisfeitas com bem pouca interação social, além de serem Seres
extremamente criativos e originais.
Entre outras coisas que Jung
observou ao longo de sua carreira, ele defendia a idéia da individualização, ou
seja, cada Ser é único em si e possui características próprias e únicas de si
próprio, e isso deve ser compreendido e respeitado.
Na contra-mão disso tudo, a
sociedade sempre desprezou esses preceitos e sempre cuidou de glorificar apenas
uma classe desses indivíduos.
Vivemos em uma sociedade que
glorifica os extrovertidos. De acordo
com os estudos de Carl Jung, ele observou que os indivíduos classificados como
extrovertidos são pessoas que buscam a energia externamente, ou seja, são
pessoas que se sentem motivadas e estimuladas com a interação entre todos os
indivíduos presentes a sua volta, e com a interação com o ambiente. São indivíduos que necessitam de interação
constante com pessoas.
São Seres que falam
incessantemente, criam suas idéias nas trocas com outras pessoas, não estão
muito acostumados a criar suas próprias idéias.
Costumam seguir grupos, onde um determinado líder desenvolve uma idéia,
e essa idéia é passada para todos os outros para ser fielmente seguida.
Os extrovertidos são pessoas que
necessitam de atenção constante, gostam de se exibir, de ser o centro das
atenções. Isso muita das vezes pode
gerar conflitos entre eles, pois vivem para competir entre si. Essa competição muitas das vezes é o que os
leva a criar novas idéias, mas sempre com o intuito de obter destaque no
grupo. Eles necessitam desse destaque.
Os extrovertidos tem extrema
necessidade de se sentirem aceitos no grupo, por isso seguem as idéias impostas
pelo grupo ao qual desejam fazer parte, de forma total e sem questionamentos.
A sociedade como um todo sempre
convencionou de aceitar esse tipo de comportamento como o padrão aceito de
comportamento a ser exigido por todos, já que são pessoas que aceitam as regras
facilmente, já que tem extrema necessidade de fazer parte do grupo (Entenda-se
"Sociedade" como sendo um grupo que possui seus costumes, seus
valores, suas regras pré-determinadas.
Portanto, qualquer um que aceite seguir essas regras, são pessoas
"respeitadas" nesses meios), e tem muita dificuldade muitas das vezes
de criar suas próprias regras. Costumam
ter muito medo da Solidão, algo encarado como destruidor e aterrorizante.
Nesse ambiente, os Introvertidos
sempre foram encarados como Seres doentes, anormais, possuidores de sérios
transtornos, pois são Seres que não se integram, não buscam interação social
com qualquer um, se sentem bem sozinhos.
Os Introvertidos sempre foram
vistos como "Os Estranhos", pois sempre iam na contra-mão disso
tudo. São Seres que, ao contrário do
pensamento comum presente na sociedade, nunca temeram a solidão. Muito pelo contrário, adoram viverem
sozinhos! A interação social os esgota
energeticamente. Preferem viver suas
vidas do seu jeito. São Seres que tem
idéias próprias, são extremamente criativos.
Se interessam por temas variados, no geral considerados
"cabeça", como Filosofia, Psicologia, Ocultismo, Artes, Cinema. São Seres auto-motivados, cada um com sua
motivação própria. Podem se tornar
excelentes escritores, compositores, cineastas, pintores, cirurgiões,
psicólogos. No fundo são apaixonados
pela natureza humana, são aqueles que amam sinceramente e se entregam de corpo
e alma nos relacionamentos.
Mas não peça para falar em público,
ou em ambientes com multidões enormes!
Isso esgota a energia dos Introvertidos.
Não é que eles não gostam de interação social, apenas que eles não
conseguem ficar "jogando conversa fora" como os extrovertidos
costumam fazer, falando sobre assuntos sem importância, talvez até discutindo
sobre os atos de outras pessoas. Nada
disso interessa aos Introvertidos, que preferem discutir idéias diferentes
sobre assuntos específicos, mas sempre respeitando as diferenças. Detestam competição! Adoram trabalho em equipe, onde cada um
contribui com o que sabe fazer de melhor.
Sabem reconhecer o talento único de cada um.
Sim, os Introvertidos são Seres
muito ricos, se você souber valorizar um Ser desses.
Mas no geral a sociedade só os
discrimina, exatamente por não serem "Iguais aos Outros".
Por que? Por que todos tem que ser iguais? Por que essa necessidade de
"nivelamento", de ter que igualar todos?
Entendam que não pretendo aqui
analisar quem é melhor ou pior nessa história, mas apenas apresentar as
diferenças de cada um e fazer pensar um pouco.
Mas onde isso se encaixa quando o
assunto é relacionamento sexual? Ah,
finalmente chegamos aonde queremos chegar!
Devido a cultura disseminada pela
sociedade de glorificação dos Extrovertidos e condenação dos Introvertidos, é
óbvio que eventualmente os Introvertidos são levados a se verem como pessoas
inferiores, rejeitarem sua própria natureza intrínseca e desejarem ser como os
extrovertidos são.
Quando a coisa se torna sexual, e
os introvertidos começam a admirar a beleza física dos extrovertidos, sua
desenvoltura e facilidade de relacionamento com as pessoas e o ambiente a sua
volta, é óbvio que a coisa se torna caótica!
Até porque, em uma sociedade que valoriza a imagem acima do simplesmente
"Ser", todos somos levados a desejar ser uma determinada pessoa, ou
ter um estilo de vida diferente, ou tentarmos ser aquilo que não Somos em essência. E é aí que o Caos começa!
Um casamento entre um
Introvertido e um Extrovertido, a menos que cada um deles saiba compreender e
respeitar as diferenças entre si, é um relacionamento fatalmente destinado ao
fracasso, já que os Extrovertidos sempre terão essa necessidade de interação
com muita gente, e os Introvertidos sentem necessidade de ficar em casa,
sozinhos. Também porque o Extrovertido
vai querer ficar jogando conversa fora, falando pelos cotovelos sobre assuntos
sem importância e sem sentido, e o Introvertido vai se sentir sugado de ficar
tendo que ouvir aquelas abobrinhas todas e não poder falar sobre aquilo que
realmente lhe motiva e lhe interessa.
Quando um Introvertido começa a
falar sobre os assuntos que mais lhe motivam, no geral um Extrovertido vai
tentar desconversar sobre aquilo, ou vai querer saber quais as promoções que
estão sendo oferecidas no shopping, ou vai querer falar sobre o que os vizinhos
andam aprontando em volta.
Isso quando não começam a haver
as crises de ciúme, já que o extrovertido não seleciona suas companhias e tem
muitas "amigas", ou "amigos", enquanto que o Introvertido
vive sozinho dentro de casa, abandonado.
No fundo ele gosta de estar sozinho em casa, já que é um momento de
recarregar suas energias do seu jeito, mas é óbvio que ele, ou ela, sente falta
de uma companhia mais constante, de alguém que saiba compreender seu jeito de
ser.
Auto-conhecimento é a chave
primordial para a felicidade! E é óbvio
que um casamento será muito mais proveitoso se, ao contrário de ser
estabelecido em bases de atração física, forem considerados questões de perfil
psicológico de cada um, pois só um Introvertido consegue entender e conviver
com um Introvertido, e só um Extrovertido consegue entender, e talvez conviver
com um Extrovertido!
Mas antes de qualquer outra
coisa, faz-se muito importante ter auto-conhecimento de quem se é, intimamente. Somos únicos, e devemos nos impor de acordo
com essas características únicas. É
primordial saber respeitar nossa essência de quem nós somos em nosso íntimo, e
saber que essa nossa energia interna deve ser levada em consideração na hora de
escolhermos um parceiro com quem compartilharmos nossa intimidade.
Essa é a grande Chave para a
Felicidade!