quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Casamento



À partir deste texto estarei incluindo um pouco das minhas experiências pessoais como consciência pleiadiana encarnada que experimentou um pouco da vida na terceira dimensão, que testemunhou os acontecimentos da vida humana como ela é, como tem sido, tentando estabelecer diretrizes para mudanças necessárias diante da evolução do mundo.


Um desses aspectos importantes a serem discutidos é a questão do casamento, algo que tenho experimentado nestes últimos 10 anos de vida.

Segundo o filósofo indiano Osho, temos o seguinte, entre muitas de suas citações sobre casamento:  “Aprenda algo com o casamento. Casamento representa o mundo inteiro em miniatura: ele ensina muitas coisas. São somente os medíocres que não aprendem nada. Caso contrário, ele vai te ensinar que você não sabe o que é amor, que você não sabe como se relacionar, que você não sabe como se comunicar, que você não sabe como comungar, que você não sabe viver com outro. É um espelho: ele lhe mostra sua cara em todos os seus diferentes aspectos. E tudo é necessário para a sua maturidade. Mas uma pessoa que permanece agarrada a ele permanece imatura para sempre. Há que se ir além disto também.

Pretendo iniciar minha analise sobre o casamento à partir desta declaração.  Eu costumava acreditar em casamento, porque sempre acreditei no Amor e sempre considerei importante que o sexo fosse praticado com Amor.  Por isso me apeguei à ideia do casamento, algo muito defendido pela sociedade.  Para todo homem, e também para toda mulher, a sociedade sempre considerou importante que os dois se unissem em casamento, e logo em seguida tivessem filhos e que ambos se mantivessem juntos criando esses filhos.  Essa sempre foi a sequência necessária para a vida no mundo ocidental.  Isso tudo sempre foi quase que uma obrigação!

Mas isso começou a se mostrar ineficaz a partir da década de 60, quando tivemos a dita revolução sexual e os costumes começaram a mudar.  E a instituição do casamento começou a ser questionada.

Por quê?

Para muitos que ainda defendem a instituição do casamento, eles costumam usar os casamentos antigos como o principal argumento para apoiar isso, sempre analisando aqueles casais que literalmente “morrem” juntos.  São histórias de casamentos que duraram 30, 40, 50 ou mais anos, que geraram várias gerações de netos, bisnetos, tataranetos, e formaram agrupamentos familiares enormes, onde todos sempre se reuniam normalmente na casa dos anciões para comemorar as grandes datas, fossem aniversários, festas natalinas, comemorações de Ano Novo, etc..  Durante muitos anos valorizou-se muito a instituição da família nesses moldes.

Mas será que eram verdadeiramente relações de felicidade?  Até onde ia essa felicidade?  O que era necessário fazer para um relacionamento perdurar por tanto tempo assim?

Fazendo uma analise cuidadosa da vida dessas pessoas que passaram muitos anos juntos, e ouvindo suas histórias de vida, existem algumas palavras que se destacam, como paciência, compreensão, companheirismo, tolerância.  Nos discursos desses mais velhos, eles dificilmente usam palavras como amor, carinho, compaixão, afeição.  Acabamos chegando à conclusão que a grande maioria dessas uniões não eram verdadeiramente criadas por Amor, mas talvez por conveniência, interesses materiais, tudo com o intuito de restringir os negócios de família dentro de um circulo de pessoas conhecidas e controláveis.

Chega-se a triste conclusão que felicidade nunca foi algo que verdadeiramente fizesse parte dessas uniões, mas alguém, ou mesmo os dois abriam mão de sua liberdade em nome de se manter tudo “em família”.  As famílias, no final das contas, sempre foram muito mais um negócio, uma forma de controlar posses, patrimônios, do que verdadeiramente de constituir uniões felizes.  Sempre se trataram de uniões com vias de restringir o acesso às posses.  E no final, quando o casal original da família vinha a falecer, o que você ainda vê são irmãos se digladiando e se matando para ver quem fica com as posses daquela família!

Onde entra o Amor nisso?  Onde entra o crescimento espiritual?  Onde entra a afeição?

Casamento sempre foi visto na verdade como um investimento, um negócio.  Mas é claro que, como tudo na vida que é mal utilizado por seres humanos, não é propriamente o problema.

Por que colocar lei em algo que deveria ser regido pura e simplesmente por Amor?

Em outra declaração de Osho sobre o casamento, ele diz o seguinte: “O casamento tornou-se um campo de batalha onde duas pessoas estão brigando por supremacia. Naturalmente o homem tem seu próprio jeito: grosseiro e mais primitivo. A mulher tem sua própria maneira: feminina, mais suave, um pouco mais civilizada, mais subjugada. Mas a situação é a mesma. Agora os psicólogos estão falando sobre o casamento como uma inimizade íntima.  E isto é o que ele tem provado ser.  Dois inimigos estão vivendo juntos fingindo estar em amor, esperando que o outro dê amor, e o mesmo é esperado pelo outro. Ninguém está pronto para dar – ninguém tem.  Como você pode dar amor se você não o tem?

Essa tem sido a realidade dos casamentos nas últimas décadas.

Em outra passagem, Osho nos diz o seguinte: “Medite sobre isso: um tolo e sua calma logo são separados. É o que o casamento vai ser. Só os tolos pensam em termos de legalidade; do contrário, amor é suficiente. E não sou contra o casamento – sou pelo amor. Se o amor se tornar seu casamento, ótimo; mas não espere que o casamento possa trazer amor. Isso não é possível. Amor pode tornar-se um casamento. Você precisa trabalhar bem conscientemente para transformar seu amor num casamento”.

Em minha experiência terrena, o que observo é que nós aprendemos muito em cada relacionamento que experimentamos em nossa vida.  A Evolução é a grande lei universal, e cada relacionamento que temos com cada um de nossos parceiros nos trás mais conhecimento, não só sobre nosso parceiro, mas sobre nós mesmos!  É como estar diante de um espelho e observar cada reação nossa diante dele.  Nossos parceiros são nossos espelhos, e eles sempre vão nos apontar aquilo que precisamos trabalhar para nos tornarmos uma versão melhor de nós mesmos.

Mas a partir do momento em que essa parceria é rompida, quando em determinado momento observa-se que um começa a evoluir em uma direção, e o outro começa a evoluir em uma direção diferente, como manter um relacionamento desses?  Passamos a nos sentir presos, sufocados, não existe mais apoio, mas apenas críticas, julgamentos, ataques.  Na evolução individual de cada um, percebemos que a única coisa que deve ser eterna é a vida, e não nossos relacionamentos.

“Que seja eterno enquanto dure!”, é o que dizem muitos.  Porque o relacionamento pode chegar a um final, mas as lembranças dele permanecem por toda a eternidade.  Portanto, quando começarem a haver as discordâncias, o melhor que cada um pode fazer é respeitar a liberdade de cada um, pois Amar Incondicionalmente é respeitar a liberdade de cada um, e deixar ir.

Que fique claro que não quero com isso defender a promiscuidade e a ausência de compromisso a dois!  A cumplicidade e a mais absoluta intimidade proposta pela filosofia Tântrica requer um relacionamento estável a dois.  Requer Amor Incondicional, sinceridade, respeito, entrega, e isso tudo só pode ser atingido em uma relação monogâmica.  Mas por que precisamos tanto oficializar isso a nível legal?  Só pela questão das posses materiais?


Nessa Nova Era que se inicia, é necessário revermos nossos conceitos, deixar de lado as posses materiais, e nos amarmos completamente, pois todos nós somos UM!